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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Recordar

No inicio deste mês, mais precisamente, no dia 1, fui, a convite de uma prima, visitar um local que há uma eternidade andava para visitar. Fui a um local onde, por pouco tempo, vivi. No Alentejo profundo, a aldeia de Stª. Clara-a-Velha ficou na memória, associada às andanças, quase de nómadas, que os meus pais faziam para os locais onde o meu pai era chamado em trabalho. Neste caso na barragem que tem o mesmo nome da aldeia.

Neste dia estive lá, é uma aldeia com população envelhecida, nada se compara aos seus tempos áureos, quando da construção da barragem, a escola ainda funciona, a mesma escola que frequentei, hoje tem apenas sete alunos do 1º. básico, e nove do pré-básico. Visitei a escola com uma ponta de nostalgia, foi alterada, mas o exterior continua a manter o estilo "Estado Novo", quis visitar a capela, mas infelizmente estava fechada, outro espaço, que tinha uma vaga ideia, a fonte, que tem um pequeno parque das merendas e uma churrasqueira.


Quando lá morei não habitava na aldeia, mas sim no cimo de um monte que lhe fica sobranceiro, para ir à escola tinha de atravessar a linha do comboio. Irei recordar para sempre esse local, e na minha memória estará sempre associado ao "Monte dos Vendavais" de Emily Brontê, livro que li uns anos depois, pelo facto de junto da casa existir um eucalipto enorme, que quando o vento soprava intensamente fazia um som assustador. A minha mãe tinha medo do local, além da casa não lhe agradar, tomou a decisão de voltar para o local de onde tínhamos partido anteriormente, Baixa da Banheira, concelho do Barreiro, onde o meu pai tinha trabalhado na construção do estádio da C.U.F.

Não vou alongar-me mais nesta "história", mas não poderia passar "em branco".

Vou apenas dizer que foi uma viagem divertida, quase um "rally", fomos quase sempre pelas estradas municipais ou regionais, permitindo deste modo visualizar um Alentejo que continua a ser pobre, abandonado, mas encerra tanta beleza, tanto sossego que só apetece lá voltar, e viver nessa simplicidade.

Também visitei a barragem, lógico, ia a Roma e não via o papa, estava praticamente cheia, aquele lençol de água, ali quase a perder de vista, convida ao relaxamento, ao descanso, ao "dolce fare niente". Vão até lá, e depois julguem por vós próprios. Quase acidental, pois por engano fomos por outra estrada, acabamos por ter o privilégio de ver a barragem do Monte da Rocha, também ela espectacular. Há enganos que valem bem por si.

























































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