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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Manifestação de fé





No passado dia 20 a família e uns amigos foram até Tróia, acompanhar a procissão em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia. Como se vê pelas fotos esta procissão é feita  pelo rio Sado, partindo da capela que se situa na caldeira, embarcando a imagem, assim como outras, em barcos, que vão até ao hospital do Outão, (hospital de ortopedia) que se situa na margem da foz do rio, aí foi recitada uma oração pelos doentes que se encontravam nas varandas e janelas do hospital, como também o pessoal médico e de enfermagem, sendo feita a despedida acenando lenços brancos, do hospital e dos barcos. A procissão seguiu depois para porto de Setúbal, e daí para uma capela onde a imagem fica exposta até ao ano seguinte.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Retiro


Estou a ficar muito cansada. Talvez seja da desilusão, que alguns seres humanos me provocam, que leva a desejar retirar-me para este espaço, e de preferência fazendo votos de silêncio. Falamos todos de mais sem dizer coisa alguma.

domingo, 12 de agosto de 2012

Devaneio

Para esquecer, dias como este, também preciso de um sorriso assim, um sorriso que, como o poeta diz, tivesse muita luz, para iluminar o meu lado mais sombrio.


Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem me abriu a porta.
Era um sorriso
com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa,
ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer
Naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

Curiosidade

Penso que todos sabem o que significa XPTO. É uma expressão usada para descrever uma coisa fora de série, ou de excelência.

Mas a origem da expressão vem do facto de antigamente o melhor vinho ser reservado para as igrejas, para celebrar a missa. Os barris com esse vinho eram assinalados com as letras gregas que representavam a palavra Cristo. Essas letras são o Chi (X), o Rho (P), o Tau (T) e o Omicron (O), que passam a ser lidas ao modo latino.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Amar, amar para além de...

Sentada na praia deserta,vê, fascinada, a apoteose dramática de vermelhos, laranja, ouro e violetas, que o sol exibe ao afundar-se no profundo azul do mar.
Apercebeu-se que escrevia repetidamente um nome na areia e o recitava mentalmente como um "mantra". Sabe, sempre que isso acontece, que aquele que invoca se torna presente através da visualização, é uma capacidade que aprendeu a usar a partir do dia em que se conheceram.
E quando se conheceram teve a mais estranha percepção que alguma vez teve, conheciam-se, sim conheciam-se sem nunca se terem visto, e no olhar dele havia exatamente a mesma pergunta, mas de onde?
Os olhos interrogavam-se, mas nunca essa interrogação foi expressa em palavras, como se fosse dispensável. Nunca da palavra se fez uso, apenas o silêncio e o olhar, onde ela começou a ler mensagens que não se permitia perceber, inicialmente fugia com o seu, depois timidamente, colocando reservas, deixou-o ir ao encontro do dele.
Sempre teve reservas, até receio desses olhares, quase sempre transmitiam desejo, desejo físico, mas aqueles não, falavam-lhe outra linguagem, não quis arriscar, sair da sua zona de conforto, ir para lá da "zona proibida".
Mas aquele olhar perseguia-a, penetrante, ia até ao âmago, como se a conhecesse intimamente, como se tivessem partilhado algo só deles.
Deixou o coração sobrepor-se à razão, e teve a certeza que era amor, amor antigo, sem tempo nem hora, outra certeza foi que o iriam sentir enquanto caminhantes na vida terrena, e que talvez nunca mais se voltassem a encontrar, nesta encruzilhada o encontro serviu apenas para se reconhecerem. Ela muito mais tarde soube em que outra vida se tinham amado, e que na vida atual nunca mais se iriam ver.
Na memória, e mais ainda na alma, gravados a fogo ficaram os escassos gestos de ternas carícias, fugazes, discretas, um aperto de mão mais demorado e intenso, o acariciar levemente o cabelo dela, a planta florida que lhe colocou nas mãos com tal ternura que a deixou arrepiada, gestos esses  sempre acompanhados pelo olhar que tudo dizia, o gesto mais veemente foi na despedida um leve e tímido roçar dos lábios.
Ela soube, a alma disse-lhe que sim, que se iriam amar para sempre, num tempo paralelo, noutra dimensão, que é difícil de explicar, e de todo inacessível a quem não confia ou não acredita nestas faculdades, por quem não sabe usar se não os sentidos físicos.
Não duvida que é amada como nunca foi por alguém, sempre que visualiza aquele olhar continua a ver esse amor.
Anoiteceu, presa da mais intensa emoção levanta-se e entra no mar, aí deixa que as saudades lhe escorram pelo rosto, para suavemente se fundirem no seu elemento.
Amores assim não se explicam, acontecem, e só a alguns é concedido amar assim.





sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Puro consumismo

Estas obras foram lidas num ápice, numa semana, foram horas e horas seguidas de boa leitura.

A primeira fala-nos de um amor impossível numa Espanha franquista sob os resíduos de uma violenta e cruel guerra civil.

A segunda é também uma história fictícia de amizade e amor, mas também da violência mais brutal,  que se desenrola num Afeganistão
bem real, um país violentado e martirizado depois da queda da monarquia.