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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tentações


COMER- um dos verbos que mais dá prazer conjugar, e colocar em acção.
São autênticas tentações irresistíveis estes "manjares dos deuses", são de comer e "chorar por mais".
Não querem cair em tentação?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Urgência de partir

Quando tinha um pouco de tempo livre gostava de a ouvir contar as histórias da sua vida. Tinha oitenta e oito anos, e uma doença terminal mantinha-a prisioneira numa cama. Relativamente lúcida, apesar da dose de medicamentos administrados, contou-me a "história" da sua vida.

Contou-me que por causa de uma estúpida discussão, já nem se lembrava porquê, zangou-se com o namorado, mais que namorado já noivo. Era o rapaz mais cobiçado lá na aldeia, dizia que eu também iria gostar dele se o visse, honesto, trabalhador, muito bonito, eu que nem quisesse saber, era um homem perfeito.

Lá na aldeia ficou "marcada", o mesmo que dizer "encalhada ", ali já nenhum homem olharia para ela, na primeira oportunidade deu o "salto", emigrou clandestinamente para França. Voltou vinte anos depois, com o "pé-de-meia" que amealhou montou um negócio numa vila próxima. Aí conheceu o marido, aos quarenta anos foi mãe, ficou viúva muito cedo, dedicou-se totalmente à filha e aos negócios que prosperavam a "olhos vistos".

Um dia a filha, que frequentava o último ano de engenharia, disse-lhe que tinha um namorado, não deu muita importância, tinha um namorado em cada ano do curso. Quando a filha terminou o curso e arranjou trabalho disse-lhe que estava noiva, foi pedida em casamento, queria apresentá-lo, queria que a mãe o conhecesse, e para isso nada melhor que um jantar lá em casa.

No dia em que viu aquele rapaz o coração acelerou, depois parou, ia-lhe dando uma "coisinha má", dizia a sorrir, o rapaz que tinha na sua frente, que lhe deu um beijo em cada face, era a cópia fiel do primeiro namorado, o tal da juventude. A filha já lhe tinha dito o seu nome, assim como o apelido, este realmente era igual, mas há tantos iguais, sem nenhum grau de parentesco entre eles, e também bastante vulgar, que não lhe deu importância.

Apreensiva contava os dias, as horas e os minutos para o jantar que a filha decidiu marcar num restaurante, para conhecer o futuro compadre, este também viúvo, o coração já dizia que era ele, sabia de antemão que já o conhecia, tinha a certeza que era ele, o amor da sua vida, aquele que nunca esqueceu. Gostava do marido, o pai da sua filha foi um bom homem, amigo, cumpridor das suas obrigações, respeitava-o, mas não se manda no coração, amar, amar, só amava o outro.

Quando o conheceu, isto é quando o voltou a ver, já não era o jovem que tinha na memória, mas continuava a ser um homem muito charmoso. O tempo parou, e nesse momento ambos souberam que nada mais os separava.

O companheiro, nunca quiseram casar, tinha falecido há dois meses, dizia que ele a chamava continuamente, tinha de partir, era urgente que partisse. Dizia que aqueles que Deus une nada nem ninguém os pode separar, nem a morte.

Ansiava por deixar a vida terrena, um dia partiu, não estava lá , estava de folga, mas creio profundamente que partiu serena, cheia de paz, ao encontro da sua "metade".

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Circo da vida


Vivo no círculo.
Domesticada, amestrada.
Vivo na pista.
Faço contorcionismo, malabarismo
também faço ilusionismo.
Arrisco no trapézio, na corda bamba
engulo espadas, fogo, por vezes o orgulho.

Se tenho de viver no circo
quero ser o palhaço pobre
que pinte o nariz
e vista retalhos de arco-íris.
Que faça rir
mesmo quando choro por dentro.


sábado, 11 de setembro de 2010

La voce del silenzio Andrea Bocelli

                              Preciso de ambas, cada uma no momento adequado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Os sete pilares da sabedoria"

A partir de um texto de Laurinda Alves, jornalista e escritora, que se inspirou num artigo publicado pela revista francesa "Psychologies" deixo aqui as sete chaves para ensaiar a sabedoria própria e conquistar mais sabedoria interior.

Com o título: "Os sete Pilares da Sabedoria" este texto pretende, resumidamente, transmitir valores para diariamente meditarmos, e que um dia possam alguns ser, senão todos, assimilados para nos descobrirmos, conhecermo-nos e aprender que grande parte da capacidade de estar bem com a vida reside em nós.
 
1. Pilar-Respeitar o corpo, não o maltratar. Cuidar do corpo é cuidar da Alma, o corpo é o templo dela. Recusarmos o que nos adoece e retardar tudo o que nos possa envelhecer prematuramente.

2. Pilar-Saber interiorizar. Estarmos disponíveis para nós e para os outros só é possível se nos protegermos dos excessos do mundo actual.
Saber "fechar os olhos" para ver tudo o que temos em nós, é fundamental para uma consciência mais desperta. Saber valorizar o silêncio, a meditação, que são excelentes meios para nos escutarmos, saber ouvir-nos.

3. Pilar- Aceitar a realidade. Admitir a realidade e funcionar de forma realista é um principio da sabedoria.
Aceitar e reconhecer o que está disponível para nós. Uma atitude de abertura ao real evita bloqueios psicológicos e emocionais que nos impedem de ter essa percepção essencial.
Só quem não se ilude é que não sofre desilusões.

4. Pilar- Criar distância. Criando distância para não nos deixarmos escravizar pelas emoções e reacções do momento.
Ganhar tempo para reflectir e nos fortalecer, evitando a dependência dessa turbulência interior que nos leva a agir em conformidade.

5. Pilar- Não julgar. As ideias pré-concebidas, o julgamento fácil, os preconceitos são inimigos a abater, e se os fomentamos em nós tornam-se armas terríveis, impedindo de nos compreender e aceitar, de ver as coisas com clareza, lucidez e discernimento.

6. Pilar- Viver o presente. Não nos iludir leva mais facilmente a reconhecer que o passado não dá futuro. O passado não volta e o futuro é impossível de prever ou antecipar. Ancoramos no aqui e agora.
Por em prática hoje o que sonhamos para amanhã, traduzir os sonhos em acções, mesmo que as consequências sejam futuras.

7. Pilar- Aceitar a morte. É a realidade última que toca a todos, aqui a ilusão não tem mesmo lugar. Querer esquecer, ter medo, ignorar é impossível, é um dado adquirido.
Independentemente de qualquer crença temos de aceitar a nossa mortalidade. Só aceitando a morte é possível valorizar a vida.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Comentar a foto

Respondendo ao comentário sobre uma das fotos que ilustra o texto "Só por hoje", informo que este lugar se situa em Espanha, mais precisamente na Comunidade Valenciana, província de Alicante. É o reservatório do rio Guadalest, a fotografia foi tirada a partir da cidade de Guadalest. É digna de ser visitada.