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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Depois


No esquife azul
cinzas vogam sem rumo
lançadas por mãos vazias
como pedras nuas, solitárias
no gesto petrificado
do adeus.

Os relógios pararam
no som do silêncio
quando o azul se fez cinza
ou seria o cinza em azul?
Não sei!

Pararam porque partiste
para a outra margem.
Espera por mim!
tenho a moeda para o barqueiro.

Um dia também quero ser cinza
no teu esquife azul
e vogar assim sem rumo.