Translate

domingo, 19 de dezembro de 2021

Boas Festas

                            





De Sesimbra para todos os que seguem o meu blogue desejo Boas Festas

sábado, 4 de dezembro de 2021

Fugas


Para escapar, fugir, ao que se passa ao meu redor, desde conflitos globais, guerras, pandemias, êxodos, aos conflitos familiares, às guerras que se desencadeiam no seio da família, e para as quais estou muito mal armada, as tentativas de harmonizar os elementos da família estão a fracassar, assim como manter a paz, pois esta está literalmente a ignorar a minha existência, portanto ao não falar não existo. Para recompensar-me desta relegação procuro nos livros algo que de alguma forma ainda me faça sonhar, não falo de romances de cordel mas de romances em que o amor apesar de todas as vicissitudes ainda é o maior sentimento que aproxima os seres humanos uns dos outros. 
Escolhi estes dois livros, o primeiro porque um romance histórico é de facto um dos meus preferidos, o segundo: porque ler Saramago é, para mim, o expoente máximo da literatura, e que pelas suas obras até sou capaz de perder horas de sono. 
Passo a citar o que é realmente importante: refugiando-me na leitura fico incomunicável, assim ninguém me chateia nem perco tempo a preocupar-me com a estupidez dos que me rodeiam, estou no meu mundo, no meu casulo, na minha gruta. Vou só aqui falar do "Levantado do Chão", obra genial, porque na medida que a fui lendo fui vendo, através dos olhos da imaginação, as histórias de um povo sofredor, amordaçado, sem esperança num futuro mais risonho, os "escravos da terra", aqueles que trabalhavam nos grandes latifúndios. Emocionei-me com esta leitura pois toda ela conta, de alguma forma, a história da minha família materna, a minha mãe foi uma dessas "escravas da terra" e até os locais onde as acções decorrem existem de facto, são bem reais, e onde a minha mãe trabalhou para os grandes senhores da terra, nos campos de arroz, nas searas, nos olivais, na plantação de sobreiros, pinheiros, eucaliptos. Os dolorosos horários de trabalho, de sol a sol, a péssima nutrição, o pouco descanso e os ordenados miseráveis tudo contribuíram para que fosse um povo triste. Ouvi imensas vezes estas histórias contadas na primeira pessoa: a minha mãe. Para concluir quis ler algo que me fizesse sonhar e acabei por ter entre as mãos duas obras que relatam na perfeição a triste condição humana. Talvez vá começar a ler romances cor de rosa. Não sei se 😢ou 😄. 

sábado, 13 de novembro de 2021




  Todos os momentos que tinha disponíveis foram aproveitados para ler estas obras, que não são fáceis de ler, não pelo facto de ser uma escrita complexa e muito erudita mas porque todo o conteúdo das obras faz-nos imaginar, e quase sentir, o sofrimento e horror vividos nos campos de concentração pelos que para ali eram conduzidos. O primeiro baseia-se na história verdadeira de Lale Sokolov, o tatuador, o segundo conta-nos a história de Cilka  por quem Lale Sokolov se apaixonou quando a tatuava com o nº. de prisioneira em Auschwitz - Birkenau. Duas obras de homenagem à coragem e  à resiliência.

domingo, 7 de novembro de 2021


A história de vida de José Pedro Celestino Velho e dos seus descendentes tanto notáveis como desconhecidos no Império Russo-Soviético. Dá-nos a conhecer o cruzamento entre povos nas suas relações comerciais, militares, na religião, na política e nos usos e costumes. José Pedro Celestino Velho era do Porto e foi nomeado cônsul -geral da Nação em São Petersburgo capital do Reino da Moscóvia (como na época era conhecida a Rússia) no século 18, aí se fixa com a família e dedica-se à comercialização do vinho do Porto, muito apreciado pelos russos. É uma história fascinante, que merece ser lida por quem aprecia as obras de José Milhazes, o grande especialista português sobre a Rússia.
A história de José Pedro Celestino Velho e dos seus descendentes dá razão a uma das afirmações de Fernando Pessoa: "O povo português é, essencialmente, cosmopolita. Nunca um verdadeiro português foi português: foi sempre tudo".

sábado, 30 de outubro de 2021

As palestras


Assisti em dois dias a duas palestras de aprox. duas horas cada no ashram onde pratico yoga. A primeira, cujo tema era a dor e o sofrimento, e a várias maneiras de os evitar ou pelo menos minimizá-los, nada do que foi dito me surpreendeu, sem querer ser alguém imune à dor e ao sofrimento sei que os consigo superar, que não se apoderem de mim fazendo de mim uma pessoa amarga, sofredora e triste, naturalmente que isso implica anos de "treino", sofria por tudo e por nada, uma sensibilidade exacerbada que não conseguia controlar.

A vida não foi de todo madrasta mas posso dizer que levei alguns "pontapés" e alguns "murros" , não estou a falar de agressões físicas, essas nunca aconteceram mas as verbais deixaram profundas mágoas que consequentemente levam ao sofrimento.

Quando um dia decidi, não foi num passe de magia, demorei muito tempo até conseguir alcançar esse objectivo, iniciei a jornada para mudar-me, pretendia estupidamente mudar os outros, gradualmente, com recaídas, fui conseguindo que essas agressões não me atingissem, as injustiças que sempre me fizeram eram também motivo de sofrimento. Sozinha, não procurava ajuda, por vergonha, por receio de ser julgada, comecei a repetir para mim própria, como um mantra: não me destroem , não me destroem, já dizia Nietzsche que "o que não nos destroe fortalece-nos."

Como disse num texto, que escrevi neste blogue há uns anos, um livro veio parar às minhas mãos e abriu a porta, foi um "abre-te sésamo", para a mudança acontecer, "Pode curar a sua vida" de Louise Hay, inicialmente relutante, com dificuldade de por em prática os seus conselhos mas como estava a ir ao fundo agarrei-me a essa "tábua de salvação" e pouco a pouco fui emergindo do pântano onde me afundava.

Ainda sinto dor principalmente pela crueldade e desumanidade e pela destruição do nosso planeta que diariamente nos confrontamos, mas não permito que o sofrimento seja permanente. Anos passados posso dizer, convicta, que sou livre porque mudei, como dizia Viktor E. Frankl: " Se já não somos capazes de mudar a situação, somos convidados a mudar-nos a nós próprios." Essa frase passou a ser para mim a frase-chave. "Cada um de nós tem aquilo que precisa para experimentar a alegria." O Principezinho de Saint Exupéry.

A segunda palestra abordou o "Karma", aqui o assunto já é mais controverso, pois mais relacionado com filosofias e religiões orientais nem toda a gente consegue alcançar o que isso significa mas curiosamente em Portugal também temos algo parecido, o destino, que contrariamente ao Karma diz que não pudemos fugir do que nos foi predestinado, portanto que não pudemos mudar a nossa essência, pelo contrário o Karma diz que que tudo o que fazemos são causas e efeitos ou que todas as acções têm consequências, se as nossas acções foram boas as consequências também serão se forem más assim serão as consequências. Todos os nossos pensamentos, palavras, actos e omissões têm consequências, daí o perdão que os crentes religiosos pedem quando erram nos pensamentos, palavras, actos e omissões, possivelmente contrários à moral e à ética. Segundo a lei karmica podemos mudar, através da mudança do pensamento e acção, e o efeito será mudarmos o "Karma" desta vida ou até de vidas passadas, para mim que creio na reencarnação, não tenho dúvidas que em cada vida que teremos de viver neste mundo será para nos irmos libertando, tentando cumprir aquilo que tínhamos de cá fazer para um dia não voltar mais, pondo fim assim ao "Karma".  

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Peniche

Entrada (cartão de visita) da cidade

 Numa viagem imprevista deslocamo-nos a Peniche. Como o que tinha de resolver demorava um determinado tempo aproveitamos e fomos dar uma volta, acabamos por ir até ao farol, nesse espaço maravilhei-me com tanta beleza. É um local de grande valor geológico e paisagístico. O farol do Cabo Carvoeiro foi edificado por alvará pombalino de 1 de Fevereiro de 1758, entrou em funcionamento em 1790. A formação geológica são campos de  lapiás, que criam paisagens de cortar a respiração. Ainda tivemos tempo de ver um pouco da cidade, o forte, que durante o regime (ditadura) Salazarista  serviu de prisão a muitos políticos que levantavam a voz contra a opressão, tem um museu que lhes é dedicado, a bela escultura da rendilheira presta homenagem às mulheres que se dedicavam, e dedicam, à arte da renda de bilros. 




Cruz dos Remédios

Lapiás






Lapiás

Nau dos Corvos

Farol do Cabo Carvoeiro

Convento de N. S. dos Remédios

Praia do Abalo

Monumento à rendilheira de bilros

Forte de Peniche

Ponta do Trovão

Forte de Peniche


Varanda de Pilatos


terça-feira, 5 de outubro de 2021

A bordo


E para finalizar o relato da viagem deixo algumas fotos do barco e dos momentos a bordo. Não consegui fotografar o barco na totalidade mas dá para perceber a sua dimensão. Esta viagem foi a primeira, inicialmente seria feita em 2019 de Génova ao Dubai onde seria feita a inauguração mas devido à pandemia tal não aconteceu, nesta, que foi a primeira sem inauguração, deveriam ter tido a gentileza de oferecerem algo especial, como por exemplo: incluir as bebidas no valor total do preço, as bebidas eram pagas à parte e caríssimas, portanto os bares foram interditados para nós, nem aos almoços e jantares, até a água era paga e cara ou pagávamos ou bebíamos água dessalinizada. Ao pequeno-almoço ainda tínhamos direito a sumos de fruta, daqueles concentrados a que juntavam água, os cafés e cappuccinos também era pagos, às refeições tínhamos café deslavado, água s/ sal e chá, se queríamos vinho, outra bebida ou água engarrafada, pagávamos, e bem, em nove dias apenas bebemos duas garrafas de vinho, quatro cervejas e talvez uns cinco ou seis cafés expresso. 
Usufrui ao máximo de tudo o que estava pago, os espectáculos no teatro, muito bons, os jacúzis, tanto no exterior como no interior,  as piscinas nem tanto, não sou apreciadora,  a deliciosa comida do buffet e do restaurante, exagerei na comida italiana, Havia outros restaurantes, japonês, vietnamita, mexicano, onde se largava uma boa nota, nunca lá entrei. Outros espectáculos eram oferecidos aos passageiros mas com bilhete pago e reservas antecipadas. 
Assim termina a viagem, quando tiver tempo e paciência publico alguns vídeos.























 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Continuando em Génova

E voltando a Génova tenho de dizer que vi ao vivo o fabrico do famoso "Pesto", caminhei pelas "I Vicoli" e comi uma "foccacia" em português fogaça, acompanhada por um excelente café expresso.
Por brincadeira tirei a foto ao leão para enviar aos meus familiares que são adeptos do Sporting😄



O famoso "Pesto"

"I Vicoli" nome dado pelos locais a vielas e ruas estreitas.

O maravilhoso pão ou fogaça

Um dos leões colocados de cada lado da porta da catedral

 

Génova

Cheguei a Génova, a excursão, a pé, levou-nos ao centro histórico, Património da Humanidade pela UNESCO. Como adoro História e monumentos senti-me como "peixe na água". passeando pela Via Garibaldi fomos vendo os inúmeros palácios, alguns propriedade privada, outros transformados em bancos mas ainda é possível entrar em muitos, existem também numerosas igrejas. O tempo é demasiado limitado, três horas apenas para  tanto que há para ver. Apenas entrei na igreja de S. Filipe Neri e atravessei as Portas de Dei Vacca e de Soprana o restante eram só as fachadas, parava-se nas praças para ouvir a guia. Para "meter o nariz" em tudo, como gosto, teria no mínimo de ficar na cidade dois ou três dias. Ainda assim valeu a pena o que vi e ouvi, a excelente guia tentou transmitir-nos o máximo de informação, que é difícil de assimilar quando se tem de andar e tentar observar ao mesmo tempo. Gostava de lá voltar.

Igreja de S. Mateus (Matteo)

Catedral de S. Lourenço


Galeão "Neptuno"

Figura de proa do Galeão





Palácio Rosso

Porta da Catedral de S. Lourenço

Porta Dei Vacca



Praça Ferrari e palácio da Bolsa (Centro histórico)





Entrada de um palácio (agora um Banco)

Palácio Rosso

Igreja de S. Filipe Neri


Casa de Cristóvão Colombo

Praça  Giuseppe Garibaldi

Porta Soprana