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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Crisálida


Hoje o dia não começou com bons augúrios, sinto-me inquieta, ansiosa, diria até que estou triste, estranhamente deu-me para chorar, e o mais estranho é que não sei porquê, talvez isto sejam coisas de "gajas", as mulheres têm estes momentos assim, choram sem saber porquê.
Na verdade, se me der ao trabalho de debruçar-me para o meu interior, lá para aquele local que no dia a dia ignoramos, pois temos mais que fazer, obterei resposta. Ultimamente devido a tantos afazeres deixei de ter tempo para me refugiar em mim, isto é voltar-me para mim própria, para o meu casulo e procurar nele lenimento para as inseguranças, incertezas, fragilidades e mágoas. Eu que tinha decidido ser feliz, estou a falhar, pensarão vocês, mas como podemos saborear a felicidade se não provarmos o seu oposto, por vezes temos de beber o veneno para procurar o antídoto, e parecendo uma conversa sem nexo, pois não descrevo seja o que for que me incomoda, estou apenas a filosofar, é o que gosto realmente de fazer.
Voltando ao presente, depois do que acima escrevi consegui apaziguar a minha alma atormentada, percebi realmente o que me deixava assim tão ansiosa, inquieta, é a ausência do silêncio, tenho estado envolvida em tantas atividades ruidosas, rodeada de muita gente naturalmente ruidosa, com noites  em que o sono resolveu ir para outras paragens, que é perfeitamente justo que precise de silêncio, aquele silêncio, que como sabem, eu tanto preciso para me encontrar. Concluindo, ainda bem que tenho este blog, ao escrever estas breves linhas, este texto que talvez não tenha nenhum interesse para vocês, encontrei-me, por ora fico no casulo mas brevemente, no tempo devido, serei novamente uma borboleta.

"O silêncio é falar em segredo com a própria dor, e mantê-lo até se converter em voo, oração ou canto."

Alberto Masferrer

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