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sábado, 11 de abril de 2015

Flashes

Fui, hoje, visitar uma amiga que está internada no hospital, na unidade dos cuidados intermédios, esta unidade situa-se no piso onde uma parte da minha vida se desenrolou. As visitas aos utentes desta unidade têm um tempo limitado, uma hora, e os visitantes tem de obedecer a determinadas regras, sendo uma delas a permissão a um visitante de cada vez, entrei primeiro por um curto, curtíssimo, espaço de tempo visto que a outra visita é familiar. Enquanto aguardava que terminasse a visita desloquei-me até à área de cirurgia  e a saudade, esse cruel sentimento, tomou conta de mim, nesta área vivi momentos apaixonantes, angustiantes, desconfortáveis, onde a emoção tinha de ser encoberta com a capa da serenidade e profissionalismo, estas eram as normas recomendadas pelo enfermeiro responsável pela área, mas que não impedia que tivéssemos momentos profundamente intensos, de alegria, boa disposição, tendo até direito a gargalhadas  no vestiário no final do turno, por vezes surgiam verdadeiras comédias. Também aqui se situa o gabinete de voluntariado, que também pratiquei nesta mesma área, e que por muita pena minha, devido a factores externos, tive de deixar.
Infelizmente foi devido ao internamente da amiga que acedi a este espaço, seria improvável deslocar-me propositadamente, talvez até tivesse fundamento, poderia ir visitar antigas colegas, tanto auxiliares como voluntárias, mas passados tantos anos talvez já não as encontrasse nesse serviço, e porque a saudade foi momentânea, visitou-me por breves momentos, depois foi-se embora, o que mais desejava era que a amiga fosse transferida para a área indicada para a sua patologia, iniciando rapidamente o tratamento de que necessita para VIVER. O resto é  passado e já o deixei de trazer a reboque, mas a vida é feita de memórias, infelizes aqueles que não as têm.

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