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domingo, 12 de julho de 2009

Valores

Gosto do silêncio! Aquele silêncio imprescindível para poder viajar em mim, é um modo de viajar a que recorro amiúde para me encontrar e levar-me à descoberta de mim mesma. Sempre que deixo o silêncio em mim morar, até há uma frase linda: "Deixa o silêncio em ti morar e saberás que Deus está contigo", que exprime toda a profundidade da palavra, surpreendo-me com o que descubro, afinal tudo começa em nós! Como diz Pitágoras: " O Silêncio é a primeira pedra do templo da sabedoria".


Em silêncio vamos pacientemente colocando "pedras", para construir "degraus" que nos levam em busca da perfeição, que deveria ser o objectivo final do ser humano. Os "degraus" que obrigatoriamente temos de construir e subir, alguns com esforço extremo, sempre a tentar, as melhores vitórias são as que se alcançam depois de uma boa luta, são: amor, paz, perdão e alegria, muitos mais "degraus" há, mas para mim estes são fundamentais, sem eles fico sem apoio na ascensão pretendida.


O amor não poderá ter medidas, como diz Santo Agostinho: "A medida do amor é amar sem medida", com ele construímos o maior e mais sólido degrau, que será a base e estabilizará todos os outros. Depois colocamos outras "pedras" para construir o "degrau" da paz, e aqui : "Estar em paz consigo mesmo, é o meio mais seguro para estar em paz com os outros", Frei Luís de León.


Mais outro dificílimo, as pedras aqui têm arestas cortantes, aguçadas, custam a carregar, ferem-nos deliberadamente, torna-se necessário trabalhar essas "pedras" para com elas construir o "degrau" do perdão, "Que é uma palavra insignificante mas contém dentro as sementes do milagre", Alejandro Casona. É realmente milagre, posso testemunhar o quanto perdoar nos permite deixar de sofrer no corpo e na alma, pois o rancor, o ressentimento, a raiva, etc., são venenos altamente corrosivos e só nos afectam a nós.


Não esquecemos de construir o "degrau" da alegria, sem ela torna-se mais difícil avançar, fazendo uso dela a caminhada torna-se mais leve, mais destemida, e encoraja-nos a ir mais além, citando Martinho Lutero; "O riso é a minha espada e a alegria o meu escudo".


Alcançar a perfeição parece aparente e supostamente um objectivo fracassado, mas partindo do principio que somos imperfeitos, mal de quem se julgue perfeito, que importa se nunca a alcançaremos, o verdadeiro mérito está no sacrifício, na coragem, na perseverança, no esforço diário de percorrer o caminho, ainda que possamos tropeçar, cair e até por vezes regredir, colocando bem os "pés" nos "degraus", ou seja fazer uso deles, pois não se desgastam, têm validade eterna, são biológicos e podem ser usados por toda a espécie e variedade humana.

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