Finalmente este mês chegou ao fim, trinta e um dias que tirando um ou outro, contam-se pelos dedos de uma mão, foram dias de extremo aborrecimento e frustação, nada do que planeava fazer durante o seu percurso resultou. Houve um facto, hoje dei por terminada uma actividade que exercia há dez anos, infelizmente nada do que fiz contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e até a nível monetário era tão insatisfatório, não recompensava de todo o trabalho dispendido. Quanto ao lazer, de mal a pior, nada de praia, todo o mês o vento fez-se presente, era quase impossível estar na praia, talvez para os que gostam de se sentir croquetes, para mim era horrível, a água está quase glaciar. Sesimbra este Verão foi oferecendo alguns espectáculos que me despertaram interesse mas sair de casa para assistir às vinte e duas horas arrefecia logo o interesse, conclusão não assisti a nenhum, as aulas de yoga tiveram uns horários que foram, para mim inconvenientes, um deles às doze e trinta e cinco até às treze e trinta e cinco desmotivou-me logo, sair de casa com um calor de derreter as pedras da calçada para fazer uma aula estava fora de questão, outro inconveniente, o ar condicionado não era ligado porque havia alunas que não o suportavam, e eu suava em bica, assisti a uma aula e desisti. As viagens, passeios, por este país não se realizaram, não eram assim tantas, e todas elas muito simplistas, uma até à região de Tábua a convite de uma amiga, começo a ter dúvidas nesta amizade, convidou-nos, a mim e ao meu companheiro para passar uns dias na sua casa de férias, aceitei depois de tanta insistência da sua parte, e planeamos ir até lá por três dias, o primeiro dia seria de viagem, chegaríamos ao final do dia, até levavamos jantar, na primeira parte da viagem tínhamos decidido almoçar em Coimbra, e depois seguir viagem até à aldeia onde estavam de férias, passaríamos aí a primeira noite e no dia seguinte iriamos passá-lo numa praia fluvial, tínhamos decidido levá-los a almoçar fora, o casal e o filho, passaríamos mais um noite e no dia seguinte faríamos a viagem de regresso pela manhã com a intenção de ainda passar uns momentos noutra praia fluvial. Acontece que a amiga não respondeu aos telefonemas, às mensagens, depois vejo no Facebook que já andava a banhos e a assistir as todas as festas religiosas da região, e até hoje, os dias seriam 23, 24, e 25, não respondeu às mensagens que enviei a informá-la dos nossos planos, Tenho muitas dúvidas como irei reagir quando nos encontramos, ainda bem que no local de trabalho está numa área longe da que eu frequento, outra viagem foi, esta realizou-se, a Tróia, à procissão da Nª. Sª. do Rosário de Tróia, como é habitual fazemos esta viagem todos os anos mas este ano foi demasiada gente, o barco tem lotação para dezoito pessoas foram vinte e duas, nesta caso dezoito para mim já eram demais, claro que gerou um certo desconforto, os que se sentaram não deram oportunidade aos outros para se sentarem mas até aí tudo bem, depois de duas horas e trinta minutos chegamos a uma praia fantástica, a água estava deliciosa, estive na água quase três horas, o areal limpíssimo, uma das praias fluviais do rio Sado mas a água ainda salgada, porque muito perto da foz. Depois tudo foi caótico, quando chegou a hora do almoço, a bordo, era um salve-se quem puder, já havia gente que não saiu do barco e os que estavam na praia quase se atropelavam para entrar no barco, fui das últimas e quando entrei deparei-me com uma cena altamente confusa, só via gente a comer desalmadamente, fico de certo modo desorientada com estas atitudes, pois não tolero esta falta de civismo, sorte minha não comer do mesmo, levo sempre a minha comida, as minhas saladas completíssimas, que servem sempre para fazerem piada sobre os meus gostos, que sou vegan, vegetariana, só como tofu, algas e sementes, etc., só não como carne, como de tudo, rejeito fast-food e comidas processadas, enfim sou gozada por tentar ter uma alimentação saudável, impossível rodeada de carnívoros. Já fazemos esta viagem há uns bons anos, o barco é nosso, é hábito ir a família mais próxima, agora mais alargada com a chegada dos namorados das netas, e convidamos alguns amigos mais próximos, desta vez houve gente a convidar-se e o meu companheiro foi incapaz de dizer não, tive de o chamar à razão, já era gente de mais, porque se não o fizesse ainda mais gente iria. Poderia se um dia bem passado, usufruindo de tudo o que a viagem proporciona mas para mim não foi, é demasiada gente, não gosto mesmo de muita gente junta, barulhenta, e mal educada, fiquei ansiosa e sem vontade de repetir. Houve ainda algumas propostas ao companheiro que não mostrou o mínimo interesse. Ainda bem que daqui a pouco chega o Outono, para acalmar os ânimos, anda tudo stressado por causa do calor, é que causa danos irreversíveis no cérebro humano.
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