Escrita mas não enviada.
Dia 31 de julho de 1993.
Meu amor! dizes que me amas, quero crer que sim, à tua maneira, não como quero ser amada.
Hoje vou falar-te de Amor:
O Amor, meu amor, não coloca grilhões, correntes, amarras, algemas, mordaças, o Amor não constrói muros de cárceres onde definha e morre de tristeza, o Amor não coloca num templo a deusa sem poder, o Amor não corta as guias da águia impedindo-a de voar. O Amor não sufoca e estrangula como trepadeira parasita, o Amor, meu amor, não envenena, não humilha, não ofende, não destrói.
Vou dizer-te o que é o Amor: O Amor é libertar o amado, ensiná-lo a usar as asas que trouxe à terra, para voar e alcançar os céus.
O Amor, meu amor, é partir os muros do cárcere para deixar entrar a luz, o Amor é dar poder à deusa para se realizar, o Amor é ser um carvalho para o outro se apoiar quando fraqueja, é ser o sol para iluminar o outro quando perdido nas trevas, o Amor, meu amor, é darem as mãos e subirem ao cume da mais alta montanha, tirando do caminho pedras e espinhos para a caminhada ser menos difícil. O Amor é mergulharem os dois num plácido mar mas também trazer o outro para terra quando perde as forças num mar agitado, o Amor é lerem os dois juntos o livro da Sabedoria e alcançarem o Conhecimento.
Meu amor, o Amor é doçura, mel, néctar dos deuses, o Amor engrandece-nos, dignifica-nos torna-nos grandiosos, ilumina-nos.
Por fim meu amor o Amor é Liberdade, sem ela não consigo amar-te.
O Amor, como diz Mia Couto, é a terra e o mar se inundando mutuamente.
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