Vi só aqui para contar uma "coisinha". Daquelas "coisinhas" que nos acontecem e deixam-nos perplexos e a pensar: Só comigo!
Para terminar o ano de 2017 e iniciar-se o de 2018 fui convidada para fazer o "réveillon" com uns amigos dos meus amigos, numa vila alentejana. Fomos no Sábado ao fim do dia para casa desses amigos e quando lá entrei senti de imediato que havia grande tensão entre os donos da casa, o casal tentou educadamente fazer-nos sentir à vontade mas trocavam entre si insinuações e acusações o que nos deixava, nós e os outros, intimidados. Os meus amigos tentavam "deitar água na fervura" e lá se acalmaram, como o ambiente já não era dos melhores fomos deitar-nos, a casa só tem um quarto, o do casal, o outro ficou num anexo no jardim, e eu e o meu companheiro ficamos numa autocaravana, que falando com toda a franqueza foi o melhor da festa. Sempre tive curiosidade ou melhor sempre quis ter o prazer de viajar numa autocaravana, e pelo menos tive o prazer de passar duas noites nesses espaço, que era bastante confortável, eu que até nem gosto de espaços limitados dormi "com os anjos" e dormi ainda melhor devido ao facto de não ter ouvido as discussões do casal. No Domingo de manhã as coisas estavam mais amenas, deu para passear pela vila e beber um café, durante o almoço começou a novamente a "guerrilha". Quando chegou a noite do "réveillon", tínhamos mesa marcada num restaurante, o comportamento do casal foi, no mínimo, um autêntico teatro, ora se insultavam, ora iam dançar um com o outro, eu só tinha vontade de regressar a casa, pensava que não era justo ter de assistir a este conflito num local a abarrotar de gente, e onde fui para me divertir. A noite perdeu a graça. No dia de Ano novo, ao almoço, deu-se o desenlace o casal perdeu o civismo e voltaram a insultar-se, foi uma autêntica "lavagem de roupa suja", dei por mim a contar os minutos para me raspar dali para fora, o almoço tornou-se indigesto. O casal nesse mesmo dia dá por terminada a sua relação, depois de tanta discórdia tiveram um momento de lucidez e concluíram que seria impossível continuarem juntos. Mas não poderiam ter um pouco de bom senso e feito umas tréguas? Não poderiam esforçar-se para debater (ou baterem um no outro) a situação depois dos convidados saírem? Anos depois de passar o "réveillon" em casa, com o companheiro a adormecer antes da meia-noite e ficar sozinha a ver o fogo-de-artifício na varanda, pensei que seria uma noite especial, e é que foi mesmo, tão especial que não quero que se repita. De bom só foi dormir numa autocaravana sem sair da garagem, mas dei largas à imaginação e viajei pelo mundo.
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