Já faz tempo que não venho aqui, tenho andado ocupada com as minhas leituras, das quais darei conhecimento num próximo texto, hoje é apenas para ter um momento de desabafo, ou filosófico.
Ainda fico, como direi? Surpreendida! É a palavra que mais facilmente vem à memória perante determinados comportamentos dos que fazem parte do meu círculo familiar e de alguns amigos.
Ainda não aprendi de todo, a lição, que as pessoas não mudam, ainda tento iludir-me com essa ideia fantasiosa, será o tal karma, destino, fado, que têm de cumprir à risca, que não se muda uma vírgula que seja do que está escrito? Não acredito!
A vida não tem sido para mim um percurso fácil de percorrer, no entanto apesar da dor, da desilusão, da frustração e das injustiças que tenho sofrido poderia facilmente ser uma pessoa amargurada, triste, infeliz, revoltada pela má sina, mas ou porque creio que temos em nós o poder para mudar ou porque sou optimista por natureza sou o oposto. Isto vem a propósito que ultimamente, embora já me tenha distanciado de gente muito negativa que psicologicamente deixavam-me afectada, alguns dos que me são mais próximos estão deprimidos, uma das graves doenças do nosso tempo, recorrendo a antidepressivos, ansiolíticos e a psicólogos, que talvez possam ser úteis, mas se verdadeiramente, não sentirem que vale a pena viver de nada servirão. Não os critico, lamento sim que não se apercebam que tem tanto para serem gratos, uma delas não sabe o potencial que tem em si para mudar e ser feliz, é tão exigente consigo e com os outros, de tal forma perfeccionista que nada a satisfaz, e por mais que me esforce para a convencer disso, responde-me que as coisas não são assim tão lineares, que eu nada sei, e aqui é que reside toda a ironia da coisa, eu que já senti na pele, humilhação, difamação, abandono, sem poder fazer escolhas, com a auto estima completamente destruída, consegui superar, reerguer-me, como a fénix, recorri, é certo, a algumas ajudas no âmbito espiritual, umas não lhe dei continuidade, outras aprofundei-as contribuindo para alcançar o que pretendia, a busca do eu. Penso que a vida é essa busca incessante de nós, aprender a perdoar-nos por não sermos perfeitos, porque só assim conseguimos perdoar os outros pelas suas imperfeições, e talvez algumas dessas pessoas que conheço conseguissem deixar de se sentirem deprimidas, deixassem de recorrer a medicamentos que não curam nada, infelizmente apenas lhes criam dependência, e usassem mais o coração em vez da razão seriam felizes.
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