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terça-feira, 22 de outubro de 2013

E voltando à viagem

No  texto anterior classifiquei uma viagem como atribulada, mas como tenho a mania de ser justa também tenho de descrever o resto da viagem. Depois do episódio no hospital de Braga, ainda o sol não tinha nascido, decidimos ir até à cidade do Porto, não parei na ida, parei no regresso, e apreciei o sossego que a cidade oferece antes de despertar, passeei pela avenida dos Aliados, que acho linda, fui até á Ribeira, onde gosto de ver o Douro e o casario que lhe enfeita a margem, também os barcos que fazem os cruzeiros, rio acima rio abaixo, alguns deles barcos rabelos adaptados, Tomamos o pequeno almoço, numa excelente pastelaria, que soube divinamente na madrugada que raiava.
Fugimos das autoestradas e calmamente viajamos pelas estradas nacionais, que diga-se, falando verdade, algumas estão uma vergonha, mas é muito mais agradável viajar assim, permite passar pelas localidades e parar para ver particularidades que as distinguem. Chegamos a Aveiro, a Veneza portuguesa, passear junto dos canais é maravilhoso, e poderá ser ainda mais se fizerem um passeio de "gôndola", (chamam-se moliceiros) é que também lá há umas bem lindas.
Continuamos pelas estradas nacionais, fiquei farta das autoestradas, e apercebemo-nos que as placas de sinalização, quando nos aproximávamos de rotundas, não as havia, ou por e simplesmente não indicavam a próxima localidade, havia apenas a que indicava autoestrada, andávamos por ali às voltas na rotunda, até decidir ir por qualquer saída, excepto para a autoestrada, e acontecia chegarmos a aldeias que praticamente não estavam no mapa. Numa dessas rotundas entramos por uma estrada, de acesso a uma aldeia, que um pouco mais à frente estava em obras, perguntamos a um trabalhador, que conduzia uma máquina, qual a estrada  que tínhamos de seguir para a
Figueira da Foz, e o senhor indica-nos uma estrada, que era mais um caminho de cabras, à nossa frente viajava um casal, numa autocaravana, que se apercebeu que não era de modo nenhum a estrada que procuravam, e pararam, nós ainda continuamos o que era sem dúvida estúpido, até que um jovem que vinha no sentido contrário parou e pedimos ajuda, disse-nos para voltar para trás, foi complicado fazer a inversão de marcha, e informou que por ali iriamos até a uma aldeia que não tem mais nenhum acesso. Lá voltamos e já outra parte da estrada estava vedada, e não havia placa nenhuma com indicações, arriscamos e lá fomos parar a outra rotunda, nessa também não havia placas, só a da autoestrada, numa das saídas da rotunda estava a brigada de trânsito, demos duas voltas à rotunda quando um elemento da brigada nos manda encostar, é sempre desagradável isso acontecer, mas tínhamos tudo em ordem, e pergunta-nos para onde íamos, para a Figueira da Foz dissemos nós, manda-nos seguir para saída seguinte que também não tinha placa, e diz ainda que todas as placas foram roubadas nas rotundas, excepto a da autoestrada, estavam ali para orientarem os condutores, ficavam completamente desorientados.
Decidimos não ir à Figueira, seguimos para Leiria, mas já só queríamos almoçar, e conhecemos Leiria muito bem, seguimos até outra malfadada rotunda e não havia uma placa a indicar a estrada nacional, só para autoestrada, já estávamos desesperados e seguimos para a autoestrada, e não é que um pouco à frente lá estava a placa com a indicação de estrada nacional. Isto deve ser gozar com o povo, se não tivermos a máxima atenção a estrada bifurca-se,  uma segue para a autoestrada e a outra para a nacional.
No pinhal de Leiria, paramos para nos acalmar e decidir qual o melhor caminho para regressar a casa, e enquanto isso concluímos que as placas roubadas e as que nas rotundas, dentro das cidades, não existem só têm um propósito: levar o Zé Povinho a viajar pelas autoestradas, que é mais uma forma de "engordar" o governo com as portagens impostas.    
São estas situações que me entristecem e me fazem lamentar este povo.
Fizemos um piquenique junto de um muro coberto de trepadeiras e o chão atapetado de musgo, com a comida que tínhamos comprado em Santiago, Esqueci-me, fomos a Vigo, depois de Santiago, ainda passeamos à beira mar, mas foi muito rápido, gostava de lá voltar, acho que é uma cidade linda.
A paisagem entre Santiago e Vigo é magnífica, toda a beleza da ria nos encanta.
No regresso a casa optamos por ir a Vila Franca, no coração do Ribatejo, e na estrada paralela à lezíria tivemos uma generosa oferta da natureza, ver o pôr do sol grandioso e espetacular.



Duas fotos da marginal em Vigo
    

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