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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Extremista



Sou a tua senhora, sou a tua escrava,
sou doce como mel, amarga como fel.
Sou como a água, sou como o fogo,
lágrima no teu rosto, sorriso na tua boca.

Sou o cume elevado da tua montanha,
o abismo sem fim onde te despenhas.
Sou o longo deserto no teu caminho,
o oásis luxuriante onde a sede sacias.

Sou a meiga pomba branca arrulhando,
o temível falcão que te vigia sem saberes.
Sou a modesta e singela bonina do campo,
a sedutora rosa rubra exposta num jardim.

Sou a tranquila e discreta fonte do bosque,
a cascata precipitando-se imponente, poderosa.
Sou a baía mansa e protetora que te acolhe
a vaga inesperada que no mar alto se agiganta.

Sou a brisa primaveril soprando suavemente,
o rude vento do norte que te eleva e arrebata.
Sou o maciço rochedo que te impede a passagem,
o verde prado do vale onde fatigado vens repousar.

Sou a alegre ninfa que no teu rio se banha,
a altiva e augusta deusa que te domina.
Sou a delicada fada que te leva ao arco-íris,
a feiticeira que te oferece a maça envenenada.

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