Era uma vez...
Para ser mais rápida, sabemos que os contos começados por era uma vez são sempre muito longos, vou resumir o conto.
Foi um menino, fez-se homem, um dia encontrou a"princesa dos seus sonhos" e casou.
O primeiro Natal que passaram como casal foi estranho, principalmente o comportamento dele, muito bizarro, simplesmente desapareceu, depois de jantar com a família da esposa, chegou no dia vinte e cinco às sete da manhã como se nada tivesse acontecido, como se apenas tivesse ido à janela apanhar ar e ver as estrelas no céu.
A esposa, como é óbvio, tentou saber o porque desse comportamento, não obteve resposta. Para quê? Ela não precisava de saber. Ele tinha direito aos seus segredos. Ou não?
Os Natais foram sucedendo-se , e o comportamento, ainda que mais comedido, nunca deixou de ser um comportamento desenquadrado da data festejada. Sempre que terminava de jantar, entrava num mutismo que só quem não queria ver é que não via, umas vezes deixava-se dormir no sofá, outras ia direto para o quarto, para se deitar, nunca ficava para a ceia e para a troca de prendas. Há uns anos que o Natal é passado na casa da filha, e isto implica que o comportamento desviante seja mais discreto, já fica até ao fim, ainda que sentado no sofá, algumas vezes a dormitar, e sem participar, (uma vez, foi "obrigado" a vestir-se de Pai-Natal, Ah!ah!ah!.....).
A esposa depois de um desses Natais passados voltou a insistir na pergunta: Qual a razão desse desconforto e indiferença? Muito relutante lá respondeu.
Quando criança sofreu um trauma psicológico e emocional nesta quadra, devido ao facto de ter recebido uma prenda insignificante, mas não foi a prenda em si que o traumatizou, mas o facto da irmã ter recebido uma prenda mais dispendiosa e comprada no estrangeiro.
Este conto não é o "Conto de Natal" de Charles Dickens mas também tem um fantasma, um fantasma de um Natal passado, mais concretamente o fantasma da boneca espanhola, pois foi essa a prenda da irmã, que veio diretamente de Badajoz, aqui se vê como uma pessoa pode ficar traumatizada, o gesto, a atitude, é muito importante, a sua prenda também deveria ser espanhola, assim não dava aso a ter este comportamento ridículo, que fez chorar algumas lágrimas à esposa.
Atualmente é um tema para brincar, e até ele já vai rindo, mas a esposa lamenta foi de não lhe oferecer num desses Natal uma boneca espanhola, daquelas vestidas à sevilhana, talvez o trauma fosse ultrapassado, até já a família diz que lhe oferecem uma, ainda ninguém tomou a iniciativa, mas quem sabe, um dia...... Eu já dei a minha opinião, e aconselhei a oferecerem-lhe uma boneca espanhola insuflável, a outra já não seria adequada à sua idade, e com esta poderia divertir-se na noite de Natal..
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