Estou a precisar com urgência de partir, partir para qualquer lugar, para qualquer destino, não importa qual. Por vezes esta terra onde vivo, que é linda, torna-se limitada tanto geográfica como cultural. Sonho a dormir, sonho acordada com diferentes destinos, se for possível, talvez possivelmente não seja, pois a "Troika" e companhia condicionam imenso esses projetos, mas logo se vê, queria ir por aí sem destino, sem nada organizado, ir à aventura, à descoberta, ir longe ou mais perto, o que importa é partir.
Para o estrangeiro está fora de questão, os euros estão mesmo curtos, mas viajar cá dentro é uma opção perfeitamente razoável, tenho que poupar para me por a andar. Ando com saudades da costa vicentina, ir "nas calmas" ao longo dessa costa maravilhosa, dar uma "escapadinha" em cada praia, almoçar em qualquer tasca que se encontram no caminho.
Dar um "pulo" a Sagres, que é um local deslumbrante que me impressiona pela beleza, pela energia que ali se sente intensamente, pode-se dizer, sem exagero, que é um local mágico.
No cabo de S. Vicente gosto de ficar a maravilhar-me com o mar que ali se mostra com toda a sua força, beleza, atracção e sedução.
Depois continuar a viagem ao longo da costa algarvia, matar saudades das praias que se foram da memória apagando.
No regresso fazer a opção, pela serra de Monchique ou pelo Alentejo interior, tanto faz, ambos os percurso são dignos de serem feitos, se pela serra aproveita-se todo aquele verde que faz tão bem, toda a sensação de paz e bem-estar que usufruímos ao longo da sua subida, se pelo Alentejo interior confrontar-nos com a solidão, o silêncio, os imensos espaços vazios de vida (humana) que permitem a nós próprios interiorizar-nos, sem permitir que a tristeza que aí se sente penetre em nós.
Cheguei ao fim da imaginária viagem, mas acreditem ou eu não me chame........se esta viagem não se tornará real. E mais vos digo, será muito brevemente. Desejem-me sorte ok!
"Sê dono apenas do que podes transportar contigo; Conhece línguas, conhece países, conhece pessoas. Deixa que a tua memória seja o teu saco de viagem"
Alexander Soljenitsyn, escritor russo (1918-2008)