Sempre ouvi dizer que das pessoas felizes não reza a História, talvez haja um fundo de verdade nisso, vejam o meu caso, desde que decidi ser feliz deixei de escrever histórias, começou a faltar-me a inspiração, só escrevia quando estava desiludida, amargurada, desalentada, com todos esse sentimentos e emoções a serem transcritos para uma folha de papel e agora mais recentemente, há precisamente seis anos, para a página de um blogue, servindo essa página para me acalmar, funcionando como terapia de cura.
Quando apostei em ser feliz não sabia que um dos efeitos secundários dessa terapia seria a perda de inspiração, e mesmo da imaginação. É verdade que muita da inspiração vem do que observo ao meu redor, e as histórias que escrevo têm todas elas um fundo de autenticidade, são histórias originais, verídicas, vividas por gente com quem convivi ao longo da minha vida, outras da minha vida, em todas elas pelas asas da imaginação acrescentei mais intensidade, mais paixão, em suma foram mais empolgadas por uns pormenores que não constavam da história original, mas é isso que leva os outros a ler o que publicamos, não é verdade? Um bocadinho de drama estimula a leitura.
Voltando ao inicio, com esta falha da imaginação tenho de recorrer ao que escrevi durante anos nas páginas de cadernos, ou tenho de procurar alternativas de escrita, começar a escrever histórias felizes, e delas seriam erradicados: dor, sofrimento, tristeza, desanimo, desilusão, frustração, mágoa, e muitos mais que temos cá dentro, mas nunca iriam ser histórias da vida real, essas têm sempre uma dose de qualquer provação para nos obrigar a ultrapassar, a superar, essas adversidades, e a vida só faz sentido na busca que todos temos de fazer para alcançar o oposto de tudo o que acima descrevi, libertar-nos da dor e do sofrimento, até do sofrimento físico, transformar a tristeza em alegria, animar-nos e congratular-nos com as maravilhas que estão diante de nós, e tantas vezes não vemos porque fechamos os olhos à simplicidade, só tendo olhos para a grandeza, deixar-nos de iludir, assim está garantido que nunca nos desiludimos, e acima de tudo aprender a perdoar, perdoar alguém, pois é sempre alguém que provoca em nós esses sentimentos, que poderia dizer negativos, mas não digo porque penso que são lições que temos de aprender na passagem por esta escola.
Não pensem que eu já aprendi tudo, ainda estou no básico, talvez o 3 básico, vou aprendendo devagar mas tudo o que aprendo ficará para sempre interiorizado.
Já estou a fugir ao assunto que me levou a escrever, era apenas para dizer que a minha imaginação anda muito arredia, portanto as histórias não surgem como era habitual, mas quem sabe, um dia deste escrevo uma que não vão querer deixar de ler, tenha um final feliz ou triste tenho de voltar a escrever
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domingo, 19 de outubro de 2014
sábado, 4 de outubro de 2014
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
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