No esquife azul
cinzas vogam sem rumo
lançadas por mãos vazias
como pedras nuas, solitárias
no gesto petrificado
do adeus.
Os relógios pararam
no som do silêncio
quando o azul se fez cinza
ou seria o cinza em azul?
Não sei!
Pararam porque partiste
para a outra margem.
Espera por mim!
tenho a moeda para o barqueiro.
Um dia também quero ser cinza
no teu esquife azul
e vogar assim sem rumo.