Fiz há uma semana as férias que sempre sonhei. Pessoalmente tinha muitas reservas no tocante à concretização dos sonhos, os meus nunca se tornaram realidade, porque seria? Talvez porque "atrás das grades da vida insistia em ver a lama do chão e esquecia-me de olhar as estrelas no firmamento". Isto foi o que fiz ao longo da minha vida, metafóricamente falando. Esta viagem deu-me a oportunidade de me libertar, quase por magia, de valores poeirentos, bafientos e principalmente azedos e amargos, que me iam envenenando muito lentamente, que me levava à cegueira não permitido ver o que de bom tem a minha vida. Porquê não tornar reais as palavras de Helen Keller: "Porquê contentar-nos em viver colados ao chão, quando sentimos dentro de nós a ânsia e a vontade de voar".
Esta viagem por mar, ao qual eu tenho uma ligação muito especial, sou em astrologia do signo Peixes, num cruzeiro, levou-me a partir de Lisboa, a Gibraltar, Marrocos, (Casablanca, Agadir), Lanzarote, e Funchal. Foram oito magníficos dias a bordo de um magnifico navio, o "Pacific Dream", o nome não poderia ser outro, foi mesmo de sonho. Gibraltar é mesmo "british", mas a diversidade de povos que circulam pelas ruas dá-lhe um certo exotismo. Casablanca desiludiu-me um pouco, talvez porque a via envolvida pela aura romântica do imortal filme com o mesmo nome, enfim não foi mau de todo, ver a mesquita de Hassam II compensou os outros aspectos um pouco menos belos. Os "Bazares" são de perder a cabeça, só apetece comprar, "mergulhar" naquele ambiente saturado de cheiros intensos, perfumes, especiarias e peles, nos sons que nos provocam aturdimento, e nos leva para as "arábias".
Agadir é uma cidade dinâmica, muito ocidental, é geminada com a nossa cidade de Olhão no Algarve. Um jardim tem mesmo o nome de "Jardim de Olhão", e onde está instalada uma biblioteca com o mesmo nome. A Mesquita é lindíssima, as oficinas onde os artesãos trabalham à nossa frente nos mais variados artefactos deixam-nos maravilhados, o único senão é realmente a dificuldade de escolha, nem é que sejam caros, nós é que não temos "dirham" ou euros, que são aceites. Aqui tive oportunidade de me expressar em francês, com cinco anos de aprendizagem à "beaucoup de temps", até pensei que não sabia articular uma frase, mas "je parle un peau, trés mal, mais je parle français, n'est-ce pas, óh! lá, lá". Incrível! conseguia entender-me muito bem com os taxistas, que, "sont beaucoup sympathiques".
Lanzarote, aqui pensei que seria agradável encontrar o José e a Pilar, mas não passou de uma fantasia e a visita que tínhamos para fazer era apelativa, ao finalizar posso dizer que foi gratificante.
No Funchal fiquei deslumbrada pela vegetação, dai o adjectivo " A Madeira é um jardim", até o presidente lhe faz justiça no apelido que usa. Foi uma visita que me proporcionou imagens belíssimas para recordar.
No Funchal fiquei deslumbrada pela vegetação, dai o adjectivo " A Madeira é um jardim", até o presidente lhe faz justiça no apelido que usa. Foi uma visita que me proporcionou imagens belíssimas para recordar.
A bordo, um serviço de cinco estrelas, de todo o pessoal, de toda a tripulação desde o comandante ao mais humilde servidor, todos aqueles com quem tive o privilégio de contactar, todos merecem o meu mais sincero agradecimento, pelos serviços prestados, pela amabilidade e simpatia. Já agora, a bordo era mesmo um delírio, espectáculos deslumbrantes, "show exótico", "dança do ventre", musicais de jazz, etc, num magnifico salão; discoteca; bares; ginásio; jacuzzis; piscinas; biblioteca; casino; salas de jogos; cabeleireiro; spa. Ao ar livre no "deck" onde se situam piscinas, "jacuzzis" e bares, havia diariamente diversas actividades, jogos, festas com motes, como por exemplo: festa tropical, feira familiar, etc.
Cheguei ao fim da minha viagem, heis-me novamente a colocar os pés no mesmo cais de onde parti, Lisboa, muito ficou por dizer, mas será mais uma estrela que guardarei, para, quando o meu mundo escurece,cintilar com mais intensidade, e me fazer lembrar que amanhã o sol voltará a brilhar e dissipará a escuridão.
Cheguei ao fim da minha viagem, heis-me novamente a colocar os pés no mesmo cais de onde parti, Lisboa, muito ficou por dizer, mas será mais uma estrela que guardarei, para, quando o meu mundo escurece,cintilar com mais intensidade, e me fazer lembrar que amanhã o sol voltará a brilhar e dissipará a escuridão.